Mutatis mutandis
Na verdade, estou ansiosa com o que eu vou achar do meu mundo, depois de olhá-lo de fora.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Não me envie um daqueles sinais que eu vou olhar e saber que você não é a pessoa certa pra mim, por favor. Eu tô gostando tanto de você. Mesmo que não seja o que eu imagino, me faz sonhar um pouco mais? Me deixa sentir isso por mais tempo? Sentir essa admiração por cada coisa que você fala, faz, já disse ou já fez. Me deixa continuar te achando a personificação da perfeição. Preciso repetir que tô gostando muito de você. E nos meus sonhos intocados, você foi feito por alguma divindade sob medida pra mim, e apareceu no momento exato da minha vida. E a partir de então, nela vai permanecer.
domingo, 29 de janeiro de 2012
E fazia tempo que eu não via essa coisa rara: um homem. Por acaso, sem querer achar, eu me deparei com idéias firmes, comportamentos decididos, uma forma bonita, mas realista de ver a vida, e por último, mas não menos importante, a crença no amor. Uma pessoa que já sofreu de infinitas formas, mas que continua acreditando firmemente no amor. Ou seja, me deparei com nada mais, nada menos, que um homem.
Como você conseguiu se libertar das amarras da crise de valores da pós-modernidade que torna as pessoas meio que de plástico, e ser este alien de outro planeta? Digo isso, claro, no melhor dos sentidos.
É, ser de outra galáxia qualquer deste planeta, vou continuar te admirando aqui quietinha, em silêncio, com minha pose de mulher indiferente, fingindo que você é legalzinho, ao invés de admitir logo que por dentro estou borbulhando de tanta felicidade e medo por ter conhecido algo que nem pensei que existisse mais.
E falando em algo que pensei que não existisse mais, falei na minha descrença no amor e você riu tanto, como se eu não soubesse do que eu falava ou estivesse brincando com você. Pela lógica, se você continuar sendo esse ser que não existe, não vou me surpreender se um dia eu acordar acreditando no amor com todas as minhas forças.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Aos caminhos, entrego nosso encontro
Não podia falar. E era por não poder falar que ela se refugiava em meio aos seus pensamentos, carregados de luto. Queria ser mais tranquila, mais amena, assim como a imagem que passava aos que com ela se deparavam. Mas não podia. Sua intensidade obrigava-a a deixa-la sair na forma dos mais diversos sentimentos que existiam em seu interior. Alguns até desconhecidos, lhe deixavam pasma, lhe surpreendiam. Era um ponto de interrogação para si mesma.
Não conseguia entender. Sempre prezou a independência, a pose de mulher-madura-com-lado-afetivo-equilibrado. E o que aconteceu que a fez mudar tanto? Como pôde trair a si mesma, à sua essência, às coisas que tanto lhe agradavam, e que agora mais pareciam fazer parte de um passado que ela mal reconhecia como seu? Tantas perguntas, e nenhuma resposta, eco, saída, luz no fim do túnel. O túnel não acabava mais.
Voltava aos pensamentos carregados de luto. Queria tanto ter dito a ele sobre a sua mudança. Nunca ligou para a opinião de ninguém, mas queria tanto que ele tivesse acreditado, ficado feliz, abertos os braços e dito: vem. Vem que eu te acolho. Vem que eu preciso disso também. Vem que eu estou tão nessa como você. Vem que todas as células do meu corpo chamam pelas suas.
Tudo foi em vão, pensava. Ele nunca soube do seu poder sobre ela, nem ao menos desconfiou, e se não rolou, não vai rolar mais. E é exatamente essa a hora de disseminar o ditado quem em nada acalma, mas que é o que nos resta a fazer: 'não era pra ser'. Oquêi. Amém.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Quando a tua mão não cabe mais na minha luva
E quando você se dá conta de que o que sente não é mais suficiente? Começa assim. Você conhece uma pessoa, faz de tudo por ela, promete o mundo, e em volta, na mesma medida, você ganha aquelas coisas. Ah, os começos são tão lindos... E aí te invade aquela sensação: dessa vez eu sei, não importa quantos tombos eu levei, dessa vez não acaba, agora é pra sempre. E assim você vai seguindo com aquele peso bom da eternidade em cima dos seus ombros. E todos os sacrifícios que você realiza por outra pessoa, não são vistos assim, pelo contrário, são um prazer: há um prazer em toda entrega que julgamos valer a pena.
O amor que você sente é o seu maior herói. Te salvou da solidão, te livrou de todo os males, e com ele você acredita que vai até o fim, pois não importa o que aconteça, ele supre todas as coisas. Visualizar a figura amada é um bálsamo, todos os problemas socias do mundo todo, e até mesmo os seus, desaparecem completamente. Clichê? Em certos momentos nos tornamos mais clichês que o próprio amor. Mas retorno a minha pergunta inicial, e quando você se dá conta de que o que sente não é mais suficiente?
Todos os dias, não se vive mais o sentimento que você demorou tanto pra encontrar. O seu herói não salva mais nem a si mesmo. Ele não se basta. Vou terminar esse post de modo esquizofrênico, sem dar a resposta nem a mim, muito menos tentar chegar à uma conslusão para você. Pensemos.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
A nostalgia que acalma
Será que isso é a idade? De repente, não mais que de repente, eu me vejo a pessoa mais sentimental do mundo todo. E isso me dá um sentimento de grandeza tão grande. Eu chorei descontroladamente a tarde toda pensando na minha infância e na pessoa mais significatica pra mim nessa fase, e que com certeza, por mais que estejamos afastadas em presença, em todos os momentos bons, e em todos os ruins, eu penso nela. Esse post tem a possibilidade enorme de não ficar bom, eu tô escrevendo sem pensar, eu só quero eternizar aqui em palavras a falta que você me faz, irmã.
Eu lembro como se fosse hoje o dia em que eu fui embora de vez de perto de você. Eu era uma criança de nove anos que quase morreu de depressão e ciúme por um dia inteiro, na véspera da minha partida. Você, ao invés de ficar comigo, passou o dia todo na casa da sua amiga, com outras amigas, e nem fez questão de esconder de mim. E eu acabei estragando a surpresa de vocês, que na verdade se juntaram pra fazer um monte de cartõezinhos, cartinhas, bilhetes e outras coisas pra se despedir de mim. Eu dou risada quando lembro disso, mas não hoje. Hoje essa é uma lembrança triste. E eu, que nunca fui tão nostalgica até essa parte da minha vida, ainda guardo tudo o que vocês me deram aquele dia.
E desde então nossas despedidas tem doído tanto, minha irmã. A lembrança de você me abraçando no aeroporto, me dizendo o quanto ia sentir minha falta, chorando, e me fazendo chorar também não sai da minha cabeça. Quando eu tô perto de você eu sinto aqueles frios na barriga de felicidade que você só sente quando tá muito feliz, sabe? E quando a gente se separa, fica aquela coisa estranha, como se fôssemos irmãs siamesas que passaram por uma cirurgia e tivessem que aprender a conviver independentemente uma da outra.
Como esquecer também todas as nossas brigas tão importantes? Eu ficava puta porque nunca consegui ganhar de você em jogo nenhum em toda a minha vida. Eu ficava puta quando tava chovendo e você ia tomar banho de chuva. Minha mãe não deixava eu ir, e eu te pedia pra ficar, e você não ficava nem a pau. E eu ficava com aquela sensação de 'caralho, que falta de consideração. Ela preferiu ir tomar banho na chuva do que ficar brincando comigo.' Tá, agora eu ri por lembrar disso. E depois, quando ficamos maiores, passei a ficar puta por você sempre querer ser a dona de verdade e ter razão em tudo. Mas hoje, do mesmo jeito que eu admito nunca ganhei de você em nenhum jogo, eu percebo: sim, você sempre teve razão em tudo. E ainda assim, sempre ficou do meu lado. Sempre justa. Sempre forte. E apesar de termos apenas cerca de um ano de diferença, ah, como eu quero ser igual a você quando eu 'crescer'. Eu só disse isso uma vez na vida, e repito com você: te ter na minha vida é a maior prova que Deus existe. É tão lindo saber que eu te conheço desde que era um bebê. Tudo que vivemos jamais se apaga da minha memória, mesmo com o tempo passando tão veloz. Até das nossas discussões eu lembro com carinho. Lembro de quando minha avó ficou uma fera porque eu não queria mais estudar no colégio particular, só pra estudar com você. E depois vieram as nossas peças de teatro juntas e um monte de coisa legal que vivi contigo nessa época. Se eu for falar de tudo que eu tenho vontade agora, nem você aguentaria ler. Quem sabe um livro futuramente?
Como disse Chico Xavier em um de seus textos, se eu morrer antes de você eu não vou estranhar o céu, porque ser sua irmã, já é um pedaço dele. As coisas realmente seriam mais fáceis pra mim se eu tivesse você por perto. Se as pessoas só pudessem ver o que eu sinto por você há vinte anos, todas iriam acreditar em amor eterno. Independente do laço de sangue que nos une, um laço invisívei maior faz dessa nossa relação a perfeição em si. Você é o meu maior referencial. Não preciso nem dizer que eu admiro você absurdamente.
Eu te amo, minha prima-irmã. Irmã. E seria até redundante dizer que é pra sempre.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pensei e senti tantas coisas que gostaria de escrever nesse tempo que fiquei sem postar... Mas alguns motivos, uns importantes, outros nem, como a preguiça, não me permitiram. Confesso que eu tinha quase certeza de que da próxima vez que postasse, eu iria falar sobre algo bem meloso e feliz. Algo que fizesse você pensar que eu sou normal, que minha vida não é essa completa merda que parece. Mas a verdade, sem confirmar nem desmentir que minha vida cheira mal, é que a gente se sente mesmo pressionado a escrever quando parece que uma mão invisível [somente aos olhos] está se fechando em volta daquele músculo, o coração, que nem ao menos é onde ficam as emoções. Mas como é poético, e isso não é um blog de fisiologia, fica assim. Sim, tem uma mão aqui agora no meu coração, apertando, vez ou outra ela coloca o dedo bem na cicatriz que está querendo abrir, só pra doer mais.
Sabe que a maior parte da minha vida eu achei que era equilibrada? Ah, você nem me conhece mas deve estar desconfiando disso, se leu meus posts anteriores. Mas é, sim. Talvez eu ainda seja em algumas coisas [tá que eu estou aqui agora me matando pra descobrir em quais], mas desde que eu coloquei na cabeça que eu tenho um amor maior que a mim mesma, eu dei pra ser cabeça de vento [se isso soar meio gíria idosa, desculpa a titia aqui]. Eu dei pra ser intensa. Um indivíduo profundo. Mas não daqueles que se dizem profundos, mas profundos mesmo. Entende? Eu tomei um partido absurdo pelo que eu sinto. Tanto que eu cheguei à conclusão de que vou com isso até o fim, ou vou ficar sozinha até o fim. E o fim, é o fim. Dessa vida, das outras.
Sabe que eu me acho patética por isso? Afinal, dizer 'pra sempre' não é patético demais, meus caros? Tem coisa mais clichê que 'pra sempre'? Tem coisa mais mentirosa que 'pra sempre'? Quem garante o 'pra sempre'? Você garante? E o que faz uma pessoa ciente disso dizer o maldito 'pra sempre'? Eu tenho todos os motivos internos do mundo pra dizer isso, e todos os externos me dizendo que isso é balela. Faço o quê? Choro.
É certeza, é a duvida dentro da certeza, como se fosse possível. É vontade de viver, é vontade de explodir tudo, assim, em sequência. É paz interior, é caos no segundo seguinte. É mentir com sorriso, é chorar com verdade. É acreditar com convicção, é perder a fé em instantes. É se agarrar em lembranças, é querer não pensar em nada. É querer ficar lúcida, é querer tomar um porre. E no fim de tudo é querer amar, é querer pra sempre. É assim.
E quanto a ser patética por isso? Talvez mais patético seja não viver o também clichê de tratar cada dia como se fosse o último. Talvez seja ter vergonha de falar dos sentimentos exagerados. Talvez seja se esfriar, se esfriar, se esfriar até se render à monotonia de uma vida tranquila sem surpresas ruins, nem boas, nem. Talvez seja se conter, se conter, se conter, até esquecer do que é capaz de fazer e de falar.
E aqui fica registrada apenas mais uma de amor perturbado para quem quer paz.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Ganhar é [se] perder
É estranho, mas às vezes por mais que eu esteja objetivamente plena de tudo, ela vem: a sensação de perda. Não é medo de perder algo, é uma sensação clara de que eu perdi, eu só preciso pensar um pouco mais e verificar o que foi. Aí lá vou eu raciocinar. Será que isso tudo é só porque eu troquei de shampoo e meus cabelos estão caindo numa quantidade absurda, e incoscientemente [desculpa Freud] eu tô sentido falta de cada fio que se foi? Após pensar isso eu rio de mim mesma pelo pensamento insano e me digo: "não seja estúpida, se tem um único pecado que não comete, é o da vaidade, jamais se sentiria down por algo assim." É, eu tenho razão.
Numa nova tentativa, agora mais realista, eu me pergunto se então isso não tem a ver com meu emprego perdido há pouco. Mas antes de concluir esse pensamento, eu me lembro que as coisas reais que acontecem quase nunca me fazem ficar remoendo o acontecido, essa sensação certamente tem a ver com meu mundinho interno esquisito, estranho até pra mim. Mas como eu sou chata, não basta sentir e esperar que passe. Eu tenho que me questionar por quê, e mesmo que seja coisa da minha cabeça, eu vou me matar tentando descobrir até constatar isso. Complicado, não?
Então eu começo a pensar a fundo, e chego na minha atividade favorita. Filosofar. Bom, eu diria que o que eu faço está mais pra viajar mesmo, e acabar distorcendo a realidade e me machucando no final, mas como a gente adora mentir pra si mesmo, ou simplesmente usar palavras bonitinhas pra o que é deprimente, me deixa, tá? Mas como eu ia dizendo, eu chego à conclusão de que a tal sensação de perda deve estar totalmente veinculada à antiga mania de não conceber a idéia de que eu posso ser feliz. Tá confuso? Eu me explico. Vinte anos eu dizendo a mim mesma que somos animais tristes e não seres loucos e apaixonados, e aí vem a vida e me tira essa certeza, esfregando bem na minha cara que eu sou feliz, sim. E aí eu não aceito, e é como se eu estivesse me traindo, perdendo meu eu sofredor. Não que eu quisesse esse tal eu, mas foi o que me foi dado. Eu sei que você talvez nem queria terminar de ler por estar indignado, achando que eu deveria levantar as maõs aos céus se minha vida mudou, mas você não sabe o que é voltar a caminhar depois de ter se acostumado a andar de muletas, sabe? Eu sinto que perco, enquanto só ganho. Caio Fernando me entenderia, ele mesmo disse "Dane-se, comigo sempre foi tudo ao contrário mesmo!",e eu faço das palavras dele as minhas, sempre.
A mim, eu deixo o comentário: "Quem diria que ganhar seria tão difícil, hein?" E a você... Bom, a você a certeza de que existem almas atormentadas no mundo. E isso não é novidade. Mas mesmo na felicidade? Pois é.
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